As estimativas iniciais para a safra 24/25 do Brasil são positivas
As últimas duas semanas do mercado de açúcar foram caracterizadas por uma moderação decorrente das festividades de fim de ano. Durante esse período, o volume de negociações não foi expressivo, e os preços permaneceram dentro de uma estreita faixa de 20,5 a 21,7 centavos por libra (c/lb), conforme projeção do hEDGEpoint Global Markets.
Após uma considerável queda provocada pela constatação de que o Brasil possui uma quantidade maior de matéria-prima do que inicialmente previsto, observou-se que 20c/lb se consolidou como um piso de curto prazo. Com a entrada em 2024, a tendência de baixa se fortaleceu, tornando desafiador sustentar a possibilidade de retorno aos 28c/lb. Contudo, como é comum no início de cada ano, as condições climáticas podem intensificar a volatilidade. Diversas instituições divulgaram suas primeiras estimativas para a safra 24/25 na região Centro-Sul do Brasil, apresentando perspectivas otimistas.
“nosso primeiro palpite seria uma pequena correção na produtividade parcialmente compensada pelo potencial de cana bisada, o que significa que o país poderá produzir 640 Mt no próximo ano – quase tão bom quanto 23/24. No entanto, à medida que o tempo passa e a precipitação não se mantém nos níveis médios, talvez seja necessário fazer uma nova estimativa”, diz Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets.
E prossegue: “Ainda é cedo para dizer, mas os dias perdidos foram mínimos na segunda quinzena de dezembro, o que nos permite esperar que as usinas tenham moído o máximo que puderam, reduzindo o potencial de bisada. Além disso, se persistente, a falta de chuva pode induzir a um desenvolvimento mais fraco da cana”.
Uma eventual redução na safra brasileira para 24/25 poderia proporcionar suporte aos preços do açúcar, especialmente para os contratos de julho e outubro de 2024. Apesar de recentes variações terem ocorrido com volume reduzido, uma análise do comportamento do spread mensal revela um achatamento da curva entre esses meses.
O estágio de extensão do caule da cana-de-açúcar é particularmente suscetível a riscos de seca, podendo resultar em uma redução significativa da produtividade se estressado. Além disso, a demanda de água durante essa fase é a mais alta. Combinando o calor intenso e a menor precipitação observada até o momento, a correção da produtividade pode ser mais acentuada do que o previsto anteriormente, restringindo a disponibilidade.
Embora um piso de curto prazo de 20c/lb tenha sido estabelecido após a queda significativa do mercado, juntamente com as estimativas iniciais para a safra 24/25 do Brasil, a reação dos preços permanece sujeita a influências climáticas e às dinâmicas do mercado.
Fonte: Agrolink