A recomendação é aproveitar os preços atuais
De acordo com a TF Agroeconômica, os fundamentos do mercado de trigo indicam uma possível alta nos preços devido ao encolhimento da oferta, tanto no mercado internacional quanto no nacional. O USDA apontou uma redução nos estoques finais de trigo, o que confirma a escassez no mercado global. Além disso, a safra deste ano no Brasil será inferior à do ano passado, que já havia sido menor que a do ano retrasado. Esses fatores, aliados aos sinais técnicos dos gráficos de preços, aumentam as chances de uma tendência de valorização para o trigo no futuro próximo.
Para os compradores de trigo, como moinhos e exportadores, a recomendação é aproveitar os preços atuais, seja no mercado físico ou futuro, que estão mais baratos e oferecem maior garantia. Por outro lado, para os vendedores, a TF Agroeconômica sugere cautela, especialmente para quem já tem compromissos assumidos por meio de barter ou acordos similares. Nesse caso, a melhor estratégia seria comprar contratos futuros para não perder as altas esperadas entre dezembro de 2024 e julho de 2025. A recomendação para moinhos que precisam vender farinha também é evitar longas programações nesta temporada.
Entre os fatores que impulsionam os preços para cima, destaca-se a menor produção de trigo na Europa, especialmente na França, que registrou um progresso abaixo do esperado na semeadura devido ao clima desfavorável. No Brasil, as quebras de qualidade nas safras do Rio Grande do Sul e Paraná reduzem a oferta de trigo tipo 1, o que pode levar a um aumento nas importações de trigo e farinhas argentinas, elevando os preços internos à paridade internacional. Além disso, o dólar forte no Brasil, impulsionado por fatores internos e externos, também contribui para a alta nos preços.
Por outro lado, os preços podem ser pressionados para baixo por fatores como o aumento da produção mundial, especialmente nos EUA, e o clima favorável nas Grandes Planícies americanas, que alivia a seca e melhora as condições para a produção de trigo. A Ucrânia, que continua exportando trigo a um ritmo acelerado, também tem contribuído para uma oferta maior no mercado internacional, o que pode reduzir os preços globais, embora a pressão interna no Brasil continue alta devido à oferta limitada.
Fonte: Agrolink.