Por que as chuvas excessivas podem afetar a lavoura?

Altos volumes provocam sérios problemas

Assim como os seres humanos, as plantas têm limites toleráveis para as variáveis do ambiente, principalmente temperatura e umidade. Porém, as chuvas também mudam o rendimento das culturas. Quando vêm no momento certo, são muito bem vindas e proveitosas, entretanto os excessos também podem provocar impactos negativos no desenvolvimento de uma determinada cultura.

Chuvas excessivas provocam sérios problemas durante a colheita, pois dificultam o tráfego de máquinas e impedem que os grãos atinjam a umidade ideal do ponto de colheita, provocando perdas significativas na produtividade da cultura. A faixa central do país e algumas áreas do MATOPIBA experimentaram excedentes de chuvas em alguns momentos. As principais culturas que são cultivadas nessas áreas nesta época do ano são a soja, milho, feijão, algodão e arroz. E especialmente no sudeste, há uma forte presença de cana-de-açúcar e café em áreas que também estão enfrentando chuvas recorrentes nessas últimas semanas.

Veja como as chuvas excessivas podem afetar a sua lavoura.

Soja
O excesso de água resulta em plantas de pequena estatura, com folhas pequenas e amareladas, entrenós curtos, raízes adventícias e nódulos na superfície do solo, com a base do caule apresentando tecido esponjoso (aerênquima). Longos períodos de encharcamento dos solos, com excesso de chuvas, muitos dias nublados e pequena demanda evaporativa da atmosfera, reduzem o crescimento da planta e diminuem a área foliar. O encharcamento e o mau arejamento do solo diminuem o crescimento das raízes, podendo causar deficiências nutricionais e o favorecimento a ataques de doenças radiculares.

Milho
No início do ciclo, enquanto o ponto de crescimento do milho acha-se abaixo do nível do solo, as plantas de milho são sensíveis à inundação e tendem a morrer por falta de oxigênio, se o solo permanece encharcado por período prolongado.

Feijão
A respiração é um dos aspectos mais sensíveis da atividade da planta, e a redução da atividade respiratória tem efeito limitante no desenvolvimento da cultura. O aumento da resistência ao movimento de água através das raízes, a diminuição da absorção de nutrientes, o aumento da concentração de substâncias tóxicas na planta, a diminuição do crescimento e do potencial de água na folha são outros aspectos negativos que ocorrem quando há excesso de água. Além disso, há o favorecimento à incidência de doenças radiculares.

Algodão
A concentração de oxigênio no solo é um fator indispensável à germinação das sementes. Nesse caso, o excesso de água no solo e solos compactados, que favorecem a baixa concentração de oxigênio, limitam fortemente o crescimento da radícula, podendo paralisá-la completamente, em condições extremas. Apesar da escassez de estudos específicos, observações de campo indicam que o algodoeiro é bastante sensível ao excesso hídrico.

Arroz
Tanto para o arroz irrigado por inundação quanto para o de terras altas, chuvas excessivas e frequentes podem prejudicar o crescimento da planta, por reduzir a disponibilidade da radiação global durante o ciclo da cultura. No Rio Grande do Sul, esta situação pode ocorrer em função do fenômeno “El Niño”. Chuvas excessivas também prejudicam as práticas de manejo da cultura do arroz.

Cana-de-Açúcar
Efeitos negativos de chuvas intensas e excesso hídrico prolongado não são comumente observados na maioria das áreas tradicionalmente ocupadas por canaviais no Brasil. No entanto, um dos efeitos que podem ser observados, em decorrência destes fenômenos, é o encharcamento do solo, criando condições anaeróbicas para o sistema radicular, especialmente em solos mal drenados ou com lençol freático muito elevado. Nessas condições, apesar da carência de estudos sobre o tema, observa-se redução expressiva no vigor das brotações, na produção de colmos e na concentração de sacarose.

Café:
O cafeeiro não tolera solos sujeitos a encharcamentos. Caso ocorram 3 a 4 meses de chuvas intensas, o solo, encontrando-se muito encharcado e com pouca aeração, favorece a falta de oxigenação no sistema radicular, levando à clorose generalizada. A persistência do encharcamento poderá ocasionar o apodrecimento das raízes, levando a planta à morte. Durante o período de recuperação do crescimento das gemas florais, após quebra da dormência que, no Brasil, normalmente se estende de agosto a outubro, a ocorrência de chuvas pesadas e contínuas pode resultar em anomalias florais de vários tipos. Pouca luz e chuvas intermitentes de baixa intensidade podem induzir à formação de várias floradas sucessivas.

MAIS

Uma das mais importantes decisões do produtor é a definição do período de semeadura. Ele deve se preocupar não apenas com o crescimento e desenvolvimento da cultura, mas também, é de suma importância uma colheita em épocas em que as condições ambientais sejam favoráveis. Caso a colheita coincida com época de muita chuva, os prejuízos são inevitáveis. Esses prejuízos podem ser devido ao atraso na colheita, dificultando a implantação da 2ª safra (safrinha), em algumas regiões de cerrado do Brasil. Redução na produtividade, devido ao acamamento de plantas, em sistemas altamente produtivos. E a proliferação de doenças e daninhas devido à alta umidade e ao atraso na colheita, ocasionando a quebra do rendimento.

 

Fonte: Agrolink | Agrotempo

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