Em relação ao ciclo anterior, custos serão mais baixos, respondendo pela queda nos fertilizantes
As condições do tempo são favoráveis e a safra de cana-de-açúcar tem bom desenvolvimento no Centro-Sul do Brasil. O mercado, inclusive, há algumas semanas opera com pressão, observando o cenário no Brasil e em outras importantes origens produtoras. Mas em relação aos custos de produção? O setor poderá ver mudanças significativas no fluxo de caixa?
Os fatores que influenciam os custos para o setor são inúmeros, mas neste momento há a perspectiva de uma potencial queda nos custos de produção para o ciclo em questão. As informações são de Haroldo Torres, gestor do Pecege, que afirma que essa é uma safra onde o setor volta a buscar a normalidade com produtividade e preços dos insumos. “Principalmente por uma queda nos preços dos insumos, em especial dos fertilizantes, dada que a gente observou uma redução significativa nos últimos anos e meses”, explica.
O especialista afirma que em comparação com a safra anterior, a tendência é de um custo ligeiramente mais baixo. No período, o setor já observou uma mudança nos valores, considerando a alta na produtividade registrada no Centro-Sul do Brasil. “A previsão é que nosso custo seja ligeiramente mais baixo que a safra anterior, vindo nesse momento pela retração dos fertilizantes. Porque nós não teremos o benefício do aumento da produtividade, pelo contrário, a gente tende é uma queda nessa safra 24/25 quando comparado com o ciclo 23/24”, afirma.
O principal custo continua sendo de insumos, sobretudo os fertilizantes e defensivos. Atualmente o fertilizante corresponde por quase 50% do custo total. “Além disso, a alta do diesel também tem impacto signififcativo principalmente devido seu papel nos custos de transporte e operações mecanizadas, sendo ainda uma grande preocupação para o setor”, afirma.
Para os próximos ciclos, Haroldo afirma que é esperada certa estabilidade nos custos do produção, fator que deve ser sustentado pela melhora nas condições de mercado dos insumos agrícolas. “Além disso, incluindo dólar e petróleo, tudo isso pode influenciar os custos de produção, mas nesse caso a gente ainda está considerando cenário mais estável daqui pra frente, levando estabilidade do custo de produção para as próximas safras. Esses fatores combinados com questões climáticas podem afetar os preços e custos para as próximas safras, mas por enquanto a gente olha com cenário de mais estabilidade daqui pra frente”, afirma.
ANDAMENTO DA SAFRA
Segundo Arnaldo Antonio Bortoletto, vice-presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), desde o início da safra, em abril, as condições do tempo favorecem a colheita no Centro-Sul do Brasil, não descarta, no entanto, preocupações com o calor excessivo registrado nos últimos meses.
“O rendimento da colheita está favorável, porém a principal preocupação é com a cana-de-açúcar plantadas de 18 meses, que pode não brotar devido à falta de chuvas. A cana-de-açúcar que está colhendo também necessita de umidade para vegetar”, afirma.
Fonte: Notícias Agrícolas.